A FORMAÇÃO DO CÃNON DO NOVO TESTAMENTO
O grego clássico acentua o
sentido figurado da palavra e cânon designa a vara, o nível, o esquadro, o
braço da balança, norma, padrão, depois a meta a ser atingida, a medida
infalível. Aristóteles chama o homem bom de cânon ou métron da verdade. Em
português o termo é usado também no sentido de norma ,principio regulador.
Cânon portanto ,quer dizer que tal livro é
reconhecido pela Igreja como pertencente ao Cânon por ser Inspirado por Deus.
Dentre os prelados da
igreja aparece um grupo chamado de cônegos, porque estes deveriam conformar-se
com as regras da fé e do procedimento.
Os cristãos do II século
denominavam os ensinos sagrados da seguinte maneira: "o cânon (regra) da
Igreja", "o cânon da fé", "o cânon da verdade." Estas
expressões nos fazem compreender porque os Pais da Igreja utilizaram a palavra
para designar tudo quanto serve de fundamento à religião, regra da fé e da
verdade e por fim o livro que contém as normas diretivas para uma correta vida
cristã. Em meados do quarto século toda a coleção dos livros sagrados passou a
ser designada como o cânon. Foi Atanásio quem lhe deu, pela primeira vez, este
nome.
Quando os apóstolos
começaram a reduzir a forma escrita os relatos sobre a vida e o ministério de
Jesus , com suas tremendas conseqüências sobre as vidas de seus
seguidores,talvez nem faziam idéia que estavam compondo o segundo testamento da
Bíblia ,o novo Testamento..
Foi lenta e gradual a aceitação de
cada livro que deveria fazer parte da coletânea .
CRITÉRIOS
PARA A FORMAÇÃO DO CÂNON:
2-
O
nome do autor que subscritava o livro era de grande importância.
3-
Um
escrito deveria estar intimamente ligado,fosse evangelho ,fosse epistola.Ainda
mais no documento deveria transparecer a autoridade de Jesus.
4-
Inspiração
dos livros que estavam sendo considerados, I Pedro 1:21. Após a leitura do livro, este
era julgado pelo próprio conteúdo.
Numa carta de Atanásio, a
trigésima nona, do ano 367, dirigida a seus bispos, está uma lista dos livros
da Bíblia, a primeira a conter os 27 livros do Novo Testamento como os temos
hoje. Destes ninguém deveria tirar, nem a eles acrescentar coisa alguma. Esta
carta foi muito importante para as igrejas gregas no Oriente, quanto à
aceitação do cânon, e sua influência logo se fez sentir na Igreja Latina, pois
sabemos que as Igrejas do Oriente e do Ocidente divergiam quanto aos livros
canônicos. Assim o Apocalipse de João era aceito no Ocidente, mas não no
Oriente, Hebreus e Tiago eram aceitos no Oriente, mas não no Ocidente. Jerônimo
e Agostinho acataram a orientação dada por Atanásio.
O cânon apresentado por
Atanásio prevaleceu sobre o de Euzébio de 26 livros e obteve a vitória final
daí por diante.
Os Concílios de Hipona
(393) ao norte da África e o de Cartago (397), ratificaram este cânon,
proibindo o uso de outros livros pelas igrejas, como Didaquê, Pastoral de
Hermas e Epístola de Barnabé.
Foi a Igreja, que guiada
por Deus, formou o cânon, determinando depois de longos debates que livros
deveriam ser rejeitados e que livros deveriam ser recebidos. Aos poucos
,obedecidos esses critérios os livros do Novo Testamento foram sendo agrupados
até chegar-se a coletânea de seus 27 livros.
A coleção inteira, os
livros em forma de rolo eram guardados em caixas,nas igrejas cristãs.E assim
circularam até 400 D.C no ocidente e até 500 anos D.C no oriente ,quando o
cânon dos livros ficou concluído.
A igreja cristã crê firmemente que foi
o Espírito Santo que orientou os servos de Deus dos primeiros séculos na
seleção dos livros neotestamentários.
Convém recordar que os
primeiros cristãos que constituíam os diversos núcleos ou igrejas da Palestina,
da África, da Ásia Menor, de Roma, etc., acreditavam que a volta de Cristo
seria para breve, por isso não se preocuparam em registrar por escrito os
empolgantes acontecimentos relacionados com a vida de Cristo e Seus sublimes
ensinos. Os apóstolos e primeiros discípulos perpetuavam, sobretudo, a tradição
oral composta quase exclusivamente de fatos da vida de Jesus. Com o correr do
tempo, foram, naturalmente, compostos escritos fragmentários, que divulgaram
palavras de Jesus, mais cuidados e ampliados, que assinalavam fatos, milagres,
acontecimentos da vida de Jesus.
Os livros do Novo
Testamento foram surgindo sem desígnio, sem previsão, sendo coligidas as
palavras de Jesus, as narrações de Sua vida, os atos dos apóstolos, as cartas
apostólicas, o livro de Apocalipse.
É questão também muito
aceitável entre os eruditos que o Evangelho de Marcos é o mais antigo, escrito
entre os anos 65 e 67. São Mateus data aproximadamente do ano 70. Lucas mais ou
menos, dessa mesma época e João na última década do primeiro século.
INFLUÊNCIA
DE MÁRCION SOBRE O CÂNON
O mais antigo catálogo de
livros neotestamentários de que temos conhecimento direto, foi elaborado em
Roma pelo herege Márcion, cerca do ano 140 A .D. O desafio dos mestres heréticos,
especialmente Márcion, que rompeu com a Igreja de Roma cerca de 150 D.C.,
serviu de estímulo e de motivo para a Igreja tomar consciência da necessidade
de fixar o cânon.
Márcion, não compreendendo
bem os ensinos Paulinos, pregava uma doutrina de dois deuses: o Deus do Antigo
Testamento: Justo, o Criador, juiz severo dos homens; Jesus, superior ao Deus
Justo, enviado para libertar os homens da escravidão àquele Deus. Cristo foi
crucificado através da malícia do Deus Justo. Por crer neste dualismo rejeitou
o Deus do Velho Testamento e também o cânon desta parte da Bíblia. O cânon
apresentado por ele à Igreja consistia apenas do Evangelho do Lucas, purificado
de todas as citações do Antigo Testamento e de dez epístolas paulinas, deixando
fora I e II Timóteo e Tito. Para ele apenas Paulo tinha sido o único e
verdadeiro apóstolo de Cristo.
Mesmo dos livros
conservados em seu cânon ele removeu todas as frases que pareciam favorecer o
Deus do Velho Testamento. Foi o primeiro cristão a fazer parte da Alta Crítica.
Afirmava ele: "Eliminemos a lei e fiquemos apenas com a graça!" E
como os cristãos primitivos apreciavam a idéia, Márcion exercia grande
influência sobre eles. Justino Mártir afirmou que quinze anos após a publicação
do seu cânon e de seu livro Antítese ele possuía seguidores ao redor do mundo.
Márcion nasceu numa localidade chamada
Ponto. Tertuliano escreveu o seguinte a respeito desse lugar:
"Habitam
ali os povos mais ferozes. .. Suas mulheres preferem a guerra ao casamento, e,
o clima é tão rude como o povo. Nada, porém, é tão bárbaro e atroz, em Ponto,
como o fato de Márcion haver nascido ali." (Contra Márcion 1:1).
Por causa de suas idéias
heréticas foi excomungado pelo próprio pai, que era bispo. Foi cognominado por
Policarpo como sendo o primogênito de Satanás.
Além da heresia marciana
houve outros movimentos discordantes com os ensinos escriturísticos, como o
docetismo, o gnosticismo e o montanismo, que levaram a igreja primitiva a
apressar a catalogação dos livros sagrados.
O cânon do Novo Testamento
foi ainda criado para proteger os escritos dos apóstolos de muitos escritos
apócrifos. A partir do fim do segundo século A. D. a igreja começou a organizar
o verdadeiro cânon cristão. O documento mais antigo e mais importante que
mostra isto é o chamado Fragmento Muratoriano, escrito mais ou menos no ano 200
(esta é a data aceita, porque seu autor diz que o Pastor de Hermas não podia
ser lido na Igreja, por ter sido escrito recentemente), mas descoberto somente
em 1740 por Muratori.
Este documento apontava a
como livros correntemente aceitos, os quatro Evangelhos, Atos, treze Epístolas
de Paulo, três Epístolas de João, uma Epístola de Judas, duas de Pedro e o
Apocalipse de São Pedro (este considerado apócrifo mais tarde).
Os responsáveis pela
organização do cânon do Novo Testamento tiveram como norma e inspiração os
livros canônicos do Antigo Testamento. Neste trabalho houve um processo de
seleção efetuado por meio de agentes humanos, mas inspirados pelo Espírito
Santo.
Antes da existência do
Volume Sagrado, cada livro, individualmente, circulou pelas comunidades
cristãs, para que estas fizessem um trabalho de seleção, baseado no seu autor,
na qualidade literária e no seu conteúdo intrínseco.
No início o cânon se
preocupava com os livros que contavam a história de Cristo, por isso os quatro
Evangelhos e Atos dos Apóstolos foram os primeiros a serem reconhecidos como
sagrados, inspirados por Deus, porém, a aprovação dos Evangelhos abriu caminho
para a aceitação das Epístolas.
DIVERGÊNCIAS
NA INTRODUÇÃO DE ALGUNS LIVROS
Houve uma profunda
polêmica a propósito da introdução de alguns livros no cânon do Novo
Testamento, como II Pedro, I e II João, Tiago, Hebreus, Judas e Apocalipse. De
todos estes foi o Apocalipse o que ofereceu maior dificuldade para ser
enumerado no Cânon Eclesiástico. Aqueles que se opunham a introdução destes
livros criaram um termo para esta discussão – Antilegômena, isto é, debatido,
contestado, controvertido.
Hebreus foi difícil ser
colocado no cânon por crerem alguns que seu autor não era Paulo, mas esta idéia
é contestada por outros. Finalmente foi colocado porque os estudiosos
concluíram que o livro possui profundo valor espiritual.
Nem todas as cartas de
Paulo foram publicadas, mas as que foram são suficientes para o qualificarem
como o mais produtivo autor do Novo Testamento.
LIVROS
NÃO INTRODUZIDOS NO CÂNON
Até meados do quarto
século alguns livros eram agregados aos demais do Novo Testamento, mas que
posteriormente foram retirados como nos provam manuscritos antigos.
O Códice Sinaítico, mais
ou menos do ano 350 A .D.,
incluía a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas, obra escrita mais ou menos
no ano 110. O manuscrito Alexandrino contém a Primeira e a Segunda Epistolas de
Clemente. A colocação destes escritos é uma prova de que naqueles idos lhe
atribuíam certo grau de canonicidade.
Pela leitura atenta da
Bíblia se conclui da existência de outros livros que se perderam, mas estão
mencionados nos livros canônicos. Dizem os eruditos, que destes pelo menos 16
foram citados em Josué 10:13; II Samuel 1:18; I Reis 4:32, 33; 11:41; 14:29; II
Reis 1:18; I Crônicas 29:29; II Crônicas 9:29; 12:15; 20:34; 26:22; Judas 14,
15.
Estes livros foram
escritos para situações especiais, com aplicações locais, e em virtude destas
circunstâncias não foram introduzidos no cânon. Suas mensagens, embora úteis
para necessidades locais, não foram reputadas de transcendental importância
para as gerações futuras.
Bibliografia
Enéas
Tognini e João Marques Bentes - Janelas para o Novo Testamento Editora Louvores do Coração 1° Edição
São Paulo – SPChamplin R.N. – Enciclopédia de Bíblia Teológica e Filosofia – Editora Hagnos 2004 - São Paulo SP
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COMO ATINGIRMOS O CORAÇÃO DE DEUS (IICr 7:14) “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
Para Que Uma Pessoa, Uma Igreja, Uma Nação, Possa Receber As Bênçãos Das Mãos Do Deus E Necessário Atingir O Coração De Deus
Neste versículo aprenderemos como atingirmos o coração de Deus.
1º VOCÊ PRECISA SE HUMILHAR DIANTE DE DEUS
Um dos significados da palavra humilhar é: Submeter-se, render-se e prostrar-se
SE HUMILHAR é Submeter, é se por debaixo, é tornar dependente, é se sujeitar.
Então aquele que se humilha ele esta se colocando debaixo das mãos do Soberano,
Ele depende de Cristo para receber o perdão dos seus pecados.
SE HUMILHAR é se Render, mas se render do que:
Aos desejos e propósitos do Senhor Jesus em torna-lo cada vez mais puro e santo.
Aquele que se humilha, ele se torna dependente, ele se entrega a supremacia do Deus.
Ao tornar-se humilde está pessoa está submetendo a receber a graça e o perdão que nos levará a Deus.
SE HUMILHAR é se prostra, é se lançar aos pés daquele que tudo vê, tudo pode, tudo sabe.
É matar, deixar morrer, o desejo de vingança de orgulho, da carne.
Se humilhar, é reconhecer quem éramos no passado , e Deus nos deu uma nova vida.
A humilhação, faz toda a diferença na vida do cristão.
(Tg 4:10) Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.
(IPe 5:6) Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte
(Mt 23:12) “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado”. .
Para mexer no coração de Deus, a primeira coisa que você deve fazer é se humilhar. ORA COMIGO
Senhor eu reconheço os meus pecados, eu reconhece as minha falhas, eu reconhece os meus defeito os meus erros, eu quero Senhor, abrir meu coração, a minha alma tem sede de ti, eu desejo receber o seu perdão, eu quero ser perdoado por ti.
Vale a pena se humilhar, não pense duas vezes, pois aquele que se humilhar diante de Deus, alcançarão as bênçãos.
2º VOCÊ PRECISA TER UMA VIDA DE ORAÇÃO, POIS A ORAÇÃO E A CHAVE,
QUE ABRE O CORAÇÃO DE DEUS
(Lc 1:13a)Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida.
Zacarias, se ele não tivesse buscado ao Senhor, se ele não tivesse orado, ele não teria alcançado o coração de Deus, mas devido a sua insistência Deus ouviu a sua oração e respondeu ao seu clamor.
Portanto, você que está precisando de uma, benção urgente, de uma vitória, não perca mais tempo, levante um grande clamor, e começa a orar.
Busque ao Senhor em oração, as tuas orações subirão como cheiro suave e Deus se alegrará e responderá, pois a oração atinge o coração de Deus.
E quando o coração de Deus é atingindo, libera e derrama a benção e a unção da providência sobre a sua vida.
O que é Oração? É Conversar com Deus, é dialogar com o teu criador, a oração é uma busca de contato com Deus, a oração é o segredo para receber poder e autoridade, oração é a alavanca que move o cristão, a superar as dificuldades e renovar as suas força.
A oração é o oxigênio da nossa alma é ter comunhão com Deus, é a chave que abre as janelas do céu, Portanto, se você não gosta de orar,