Estudo, O espirito santo e o ide de Jesus

O espirito santo e o ide de Jesus

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” (João 16.12-15)

“E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.” (Atos 1.4-9)

Após a manifestação do Espírito Santo em Pentecostes, podemos verificar através dos textos narrados no Livro de Atos dos Apóstolos a mudança radical dos que seguiam a Jesus.

A principio homens tímidos e temerosos, mas após o recebimento do poder prometido, ou seja, o revestimento do Espírito que a partir daquele momento “habitaria neles”, tornaram-se ousados no falar e vemos isso na própria pregação de Pedro, onde depois de narrar acontecimentos antigos e atuais declarou a todos os presentes que o que ocorrera ali não fora nada mais nada menos que o cumprimento da promessa dada por Jesus de que o Pai enviaria a eles o Consolador que ficaria com eles para sempre e o resultado foi a conversão de quase três mil almas.

“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” (Atos 2.32,33)

2) A Igreja reformada procurou seguir as pegadas e os ensinamentos de Jesus?

“Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos perseguem, não julgueis para não serdes julgados, fazei aos homens o que quereis que eles vos façam”. Eis a lição que Ele deixou e que em nenhuma parte do mundo e em nenhum período da História os que se dizem “cristãos” aprenderam a praticar.” (¶ 5º pg 20)

Isso não é verdade. O autor toma o particular pelo todo. A generalização parece fazer parte do seu vocabulário, pois acaba invariavelmente colocando na mesma sacola todos os cristãos, quer sejam verdadeiros ou não.

Após a unificação religiosa do reino feita por Constantino a igreja começou a deturpar-se e permitir que os dogmas pagãos entrassem no seio da sua liturgia e teologia e concordamos que até o advento da reforma protestante as pessoas comuns, ou seja, o povo, não sabia realmente a quem estava servindo ou seguindo, pois a figura papal procurava obscurecer a manifestação divina, trazendo para o terreno humano o que deveria permanecer no divino.

A contribuição funesta da Igreja Católica pode ser sentida até nossos dias e para uma análise mais detalhada dos dogmas e desvios cometidos pela mesma basta analisarmos o quadro abaixo.

 O período que antecedeu a reforma protestante foi sim marcado pela apostasia, mas um dos objetivos da reforma era fazer com que a população tivesse acesso à Palavra de Deus e por si mesma decide-se que caminho deveria seguir.

Jesus disse: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (João 15.13) e foi isso que as igrejas reformadas procuraram e ainda procuram fazer em favor de nossos semelhantes e para tanto basta tomarmos conhecimento das perseguições, das lutas e das mortes sofridas pelos missionários espalhados por esse mundo e principalmente nos países com perseguição religiosa. Homens e mulheres que abdicaram de tudo o que o mundo poderia lhes proporcionar e decidiram que valia mais a pena partirem para terras longínquas com o firme propósito de levar a Palavra de Salvação e a Verdadeira mensagem do Evangelho de Jesus Cristo às almas que se perdem nesse mundo.

Com todo respeito eu pergunto: Quantas vidas se perderam no seio da Doutrina Espírita que procuraram levar a mensagem consoladora aos corações necessitados? Vidas se perderam sim no período da Idade Média pelas mãos dos inquisidores, poderá responder um estudioso da Doutrina e das manifestações espíritas. Mas eu torno a perguntar: Após o advento da Codificação Espírita, quantas vidas se perderam por pregarem o Evangelho e por demonstrarem amor por seus semelhantes? Alguns espíritas sinceros e firmados em suas convicções, certamente foram perseguidos e até mesmo denunciados publicamente por praticarem a religião que entendiam ser a Terceira Revelação divina aos homens, mas nunca ao extremo de perderem as suas vidas pelo amor do Evangelho de Jesus.

Não quero dizer com isso que seja necessário perdermos a nossa vida física para demonstrarmos o amor de Jesus que há em nós , existem muitas formas de o demonstrarmos pelos nossos semelhantes, mas dizer que “em nenhuma parte do mundo e em nenhum período da História os que se dizem “cristãos” aprenderam a praticar” não condiz com a verdade.

“...Passaram-se os ominosos tempos da Inquisição e o que ainda hoje se vê por toda parte é a incompreensão, a intolerância, o egoísmo, a luta pelo poder e pela posse dos bens materiais, até mesmo por parte dos que se apregoam “salvos”, com cadeira cativa assegurada no céu.” (¶ 1º pg 21)

Existe sim a “incompreensão, a intolerância, o egoísmo, a luta pelo poder e pela posse dos bens materiais, até mesmo por parte dos que se apregoam “salvos”, com cadeira cativa assegurada no céu”, mas novamente ele toma a parte pelo todo.

Jesus disse que no dia de nosso comparecimento diante do Justo juiz muitos lhe perguntarão: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mateus 7.22,23).

É certo que muitos dos que estão dentro de nossas igrejas nunca tiveram um encontro pessoal e verdadeiro com Jesus. Não sabem nada a Seu respeito. Não sabem quem Ele é, o que Ele pensa, o que Ele pregou, qual o Seu caráter, o que Ele espera dos que O seguem, quais as reais promessas que Ele nos garantiu, mas não se pode generalizar, pois em meio a tanta degeneração doutrinária que vemos nos dias de hoje existem homens e mulheres realmente compromissados com a Verdade do Evangelho e que não se apregoam “salvos”, mas que, apesar de estarem salvos pela confirmação da Palavra de Deus e nas palavras de João quando diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16) e de Marcos: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Marcos 16.15,16) e essas pessoas que assim se sentem não procuram se desviar dos compromissos assumidos pela decisão que tomaram: a de se entregarem a Jesus, tomarem a sua cruz e segui-lo e é por causa desses homens e mulheres que não têm a sua vida física por preciosa, porque sabem que a sua conquista é espiritual e não material, que esse mundo no qual vivemos ainda não foi julgado e condenado pelo Senhor.

Como disse anteriormente, muitas igrejas que se dizem “Evangélicas” e muitos dos “crentes vitoriosos” que se dizem “evangélicos” não sabem absolutamente nada nem de Evangelho, nem de Jesus Cristo e muito menos da Palavra de Deus.

“Pergunta-se: Foi esta a regra de conduta que o Mestre legou ao mundo? Consulte cada um a sua consciência e responda como se estivesse diante do tribunal do Cristo. Quando Ele afirmou: “O Espírito de Verdade testificará de mim e vos fará lembrar de tudo quanto vos ensinei”, é que sabia que os seus ensinamentos seriam logo esquecidos, e que se tornaria necessário enviar novos missionários para fazê-los lembrar aos homens.” (¶ 2º pg 21)

“Repetimos que não pretendemos monopolizar a Verdade, cremos até que esta seja apenas mais uma etapa a ser percorrida pelo homem no caminho da Redenção e que- a seu tempo e quando a Espiritualidade Superior o julgar oportuno – outras revelações poderão ser ministradas, até que o ser humano se liberte de suas imperfeições e se integre no foco de Luz e Graça, que é o nosso Infinito Pai Celestial.” (¶ 5º pg 21)

Já dissemos anteriormente e vamos repetir que em relação ao fato de os homens, na sua maioria ainda não terem conseguido assimilar e praticar os ensinamentos do Mestre, isso se deve não à forma como o Evangelho foi propagado, mas o quanto os homens se desviaram dele, buscando satisfazer muito mais os prazeres da carne, prazeres não apenas físicos, mas também de conotações intimas, espirituais, em detrimento da busca e da realização do espírito, como bem enfatizou Paulo aos gálatas (Gl 5.16-26).

Jesus não foi apenas mais um emissário divino, mas a encarnação da própria divindade como nos fala o evangelista João no capítulo um de seu evangelho.

Ele veio não apenas trazer uma mensagem de amor entre os homens, quando disse: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros (Jo 13.35) e amar ao próximo como a si mesmo (Mc 12.33), mas principalmente uma mensagem de alerta (arrependimento) e salvação das almas perdidas;

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. (Jo 3.16-18)

“outras revelações poderão ser ministradas, até que o ser humano se liberte de suas imperfeições e se integre no foco de Luz e Graça, que é o nosso Infinito Pai Celestial” é uma interpretação pessoal e não embasada na Palavra de Deus, sendo assim perguntamos:

a) O que mais faltaria então? Que tipo de ensinamentos de Jesus ainda não foram compreendidos pelos cristãos e são pregados e vividos pela Doutrina Espírita?

b) É certo que o Islamismo é a religião que mais cresce no mundo, e isso para que se cumpra a Palavra de Deus, e que o mundo esteja se preparando para a vinda do anticristo, e qual tem sido o papel fundamental exercido pela Doutrina Espírita para fazer retroceder o caminho desses irmãos fundamentalistas, tendo em vista que Jesus deixou uma determinação dizendo que deveríamos pregar o Evangelho a toda criatura?

c) As igrejas tradicionais e missionárias não têm vivido o amor integral na propagação do Evangelho àqueles que não conhecem a Jesus, como dissemos em detrimento da própria vida?

d) Porque a Doutrina Espírita não é propagada nos países de menor cultura secular, como os africanos, por exemplo? Eles não entenderiam a mensagem?

Cremos que tudo que o ser humano necessita saber acerca de Deus e de Jesus Cristo está manifestado em cada página das Escrituras Sagradas e não encontramos nEle nem nEla nenhuma afirmação de que uma nova doutrina ou ensinamento seria trazido aos homens, ao contrário o Senhor procurou deixar claro nas palavras do apóstolo Paulo que se isso viesse ocorrer deveríamos considerar como anátema.

Que o Senhor nos dê um coração sincero e compassivo para compreender e praticar a Sua Palavra e que possamos ter o mesmo entendimento do Salmista quando disse que Ela é lâmpada para nossos pés e luz para nosso caminho (Salmos 119.105)